18 julho 2010

Tratamento na China - Final

Ilustrando a última parte com as fotos do Kleber, sentado na cama no apartamento do Wu Medical, após a segunda indução de células-tronco, fato que não ocorria há dois anos, e, a mais significativa, andando com ajuda de aparelho, (após a quarta indução) e o que mais nos emocionou, quando ele, em lágrimas, disse: Mamãe!! Estou andando!!!

Chegamos ao final desse tratamento que se iniciou cheio de incertezas e medos, podemos dizer que o prometido foi cumprido e foram além, afinal, as condições que se apresentaram aqui no Wu Medical foram superiores ao que esperávamos e os resultados também, e o que sentimos é uma paz e uma sensação maravilhosa de ter atingido um objetivo que nos impusemos como pais, a partir daí não existe nada que nos dê tanta coragem e motivação para novos desafios se eles se apresentarem.

Nos próximos dois anos em que melhores resultados ainda virão, o acompanhamento será à distância. Medicamentos levaremos daqui para os próximos seis meses, exames de sangue quinzenais e orientações (em inglês) pela internet como fazem os ocidentais, pois não mais existe distância entre nós e eles.

Estamos retornando levando na bagagem sensações confusas, um misto de saudades e alegria. Saudades dos que deixamos no Brasil, casa, família e amigos. Saudades dos profissionais chineses zelosos, competentes totalmente voltados à suas atividades e que as executam com alegria, carinho e honestidade. Alegria por retornarmos ao nosso país e felizes por termos vindo à China, pois aqui tivemos segurança e orientação, pudemos receber de profissionais preparados todo o empenho e dedicação exclusivamente nessa experiência.

Nossa estadia aqui em Beijing teve um pouco de clausura, pois é um tratamento e não turismo, porém mesmo assim não podíamos deixar de estar atentos às situações que se apresentaram e num desses momentos, saímos do hospital para espairecer, não foi muito tempo, mas a experiência foi intensa.


Os amigos.
A obscuridade e a ignorância sobre o sábio e alegre povo chinês, imposta anos e anos a fio pela cultura ocidentalizada, nos retardou o aprendizado e impediu que tivéssemos acesso a esse fabuloso conhecimento milenar, que a todo o momento nos surpreende, seja pelo trabalho, seja pela admiração ao povo brasileiro ou pela capacidade de sorrir. Admiram-se com nosso calor humano nas relações, porém, ao contrário do que imaginamos não são frios, são amorosos, respeitadores e sinceros, destacamos sua cordialidade e desprendimento quando se trata de ajudar, assim como a preocupação com nosso bem estar, não só no hospital como fora dele. Deixaremos grandes amigos aqui, e quiçá, possamos voltar um dia, não na mesma condição e sim para uma visita prazerosa e para conhecer melhor esse grandioso e lindo país.

A volta.
É lamentável, porém não podemos deixar de falar sobre o nosso receio ao retornar, a certeza de ter que enfrentar novamente todos os problemas da caótica saúde brasileira; problemas pelas buscas incansáveis por profissionais competentes e honestos, que não tenham horários exíguos e atendimentos relâmpagos, que não vejam no paciente apenas uma forma de ganhar dinheiro; a busca por medicamentos caríssimos, pois ao contrário dos remédios de uso veterinário que são isentos, o governo cobra imposto onde deveria isentar, arrecada na infelicidade e na tristeza; a luta para conseguir produtos para reabilitação e acessibilidade condizente com a necessidade; e o pior de tudo, viver num país onde absolutamente nada é adaptado aos portadores de quaisquer deficiências, além de ter que dividir espaços com nossos cidadãos que pecam na educação e teimam em não respeitar direitos de outrem.

Profundamente lastimável que nosso país não tenha ainda aprendido a dar guarida a seus cidadãos, abrigá-los e protegê-los deveria ser seu maior interesse, entretanto, a falta de políticas públicas para áreas de saúde, entre tantas, faz com que seu povo tenha que buscar fora o que não encontra em sua casa. Vejam o belo exemplo que nos deu José Alencar, vice-presidente, quando o país não o socorreu, foi tratar-se nos EUA. Situações como essa é que nos assustam, pois, acreditem, a grande maioria da população brasileira está órfã quanto se trata de saúde.

Qualquer um pode decidir qual atitude tomar quando se tem uma patologia degenerativa na família, mas quando se trata de um filho e se vive em um país que não oferece a mínima condição de saúde aos seus, a saída é buscar a solução esteja ela onde estiver e não me venham dizer que custa caro, que é experimental, etc., pois, vi e vivi com sobreviventes e com pessoas maravilhosas de todo o mundo, que buscaram conforto e cura aqui e lograram êxito, ao invés de sentar-se a espera de soluções e curas que com certeza, não chegarão a tempo. Amamos nosso filho e a palavra esperar para nós não existe, pois pode significar a diferença entre a vida e a morte.

Texto e fotos do blog.

Breve postaremos no blog http://www.carvaovermelho.blogspot.com/ nossa visita a Grande Muralha da China, observando alguns tópicos interessantes da vida chinesa.

14 julho 2010

Tratamento na China – Terceira parte

Introdução
Dedicaremos essa terceira parte para apresentar em nosso blog, a missão e todo o staff de profissionais que estão comprometidos com o tratamento, os neurologistas, cujos currículos profissionais faremos um breve relato, bem como do diretor do Wu Medical Center. (www.unistemcells.com)

DR Like Wu – MD, PhD - Managing Director
DR Like Wu – MD, PhD - Managing Director

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    Leia também:
  1. Tratamento na China – Primeira parte
  2. Tratamento na China – Segunda parte



O Wu Stem Cells Medical Center (WSCMC) nomeou o Dr. Wu, co-fundador, como diretor neurologista e diretor do centro de 2005 a 2008. Dr. Wu serviu como Diretor-Chefe do Departamento de Neurologia do Hospital Beijing Tiantan Puhua ( BTPH ). Ele é o fundador do programa de investigação e tratamento de célula-tronco no BTPH. Usando únicas e inovadoras tecnologias de células-tronco o Dr. Wu, nos últimos três anos e meio e sua equipe de médicos trataram com sucesso mais de 1.700 pacientes de todo o mundo, que sofrem de várias doenças neurológicas, distúrbios e lesões, incluindo a doença de Parkinson, após acidente vascular cerebral, doença de Batten, ALS, MS, MSA, PSP, paralisia cerebral, crânio-encefálico e lesões da medula espinhal, etc. Este lançou uma base sólida para a aplicação de tecnologias de células-tronco para tratar estas doenças neurológicas antes incuráveis.


DRA. Xiaojuan Wang, MD, PhD – Associate Directo
DRA.  Xiaojuan Wang, MD, PhD – Associate Director
Socio-diretora e neurologista do WSCMC. A número um da china em tratamento com Tecnologia para células-tronco, foi aluna do Professor Li Chunyan o melhor neurologista cientista e expert em doenças cérebros-vasculares na China. Dra. Wang teve muito sucesso tratando doenças cérebros-vasculares, neuro-degenerativas além de ter rica experiência em tratamento com células-tronco para seqüelas no cérebro e medula espinhal, fez grandes trabalhos para a fundação projeto ELA, (Esclerose Lateral Amiotrófica) e para outros projetos destinados a tratamentos pós-isquemia cerebral. Dra Wong tem grandes conhecimentos na área de doenças neuro-motores e terapias de proteção após isquemias em colaboração com John Hopkins University (USA), tem mais de 40 artigos publicados sobre diabetes, doenças vasculares cardíacas e cerebrais. Membro da Associação Médica Chinesa, Associação de fisiatras da China e distinta colaboradora do Comitê de Gerenciamento da Ciência da China.


Eric Huang - Presidente, WSCMC
Eric Huang  - Presidente, WSCMC
Sr. Eric Huang é presidente do Conselho de Administração da Saúde União Beijing Co. , Ltd. (HUB) e Wu Stem Cells Medical Center. Fundador da primeira empresa comercial da China com células-tronco R & D Beijing Sinocells Bio. Co. Ltd. e da Universidade Peking Stem Cell Research Center. Quando o Sr. Huang decidiu investir em Wu Stem Cells Medical Center ( WSCMC ) em 2008, objetivou incorporar nessa sólida parceria, 10 anos de pesquisa clínicas, realizadas pelo corpo médico mais altamente preparado para o tratamento com células -tronco na China.

A MISSÃO DO WSCMC
“Como líder na investigação sobre células estaminais e suas aplicações em práticas médicas, olhamos mais para o futuro, com o objetivo de nos tornar um influente centro médico internacional, criador de diretrizes e normas para todos os outros nesse campo de células-tronco.”
“Acreditamos que por causa da nossa liderança em tecnologia médica e experiência clínica acumulada dos últimos anos, podemos oferecer esperança às pessoas em qualquer lugar do mundo que sofrem de várias doenças neurológicas, porque os nossos métodos têm um histórico comprovado de sucesso. Desde o primeiro dia que iniciamos, nossa filosofia tem sido a de utilizar as habilidades e talentos da elite médica para aliviar o sofrimento de nossos pacientes, oferecendo o tratamento mais eficaz disponível.”
Texto pesquisado e traduzido pelo blog.
Fotos do Wu Medical Center

10 julho 2010

Tratamento na China – Segunda parte

hospital de transplante de célula tronco em Begin na china
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Leia também:
Tratamento na China – Primeira parte
Antes de dar continuidade à descrição do tratamento, devemos trazer alguns esclarecimentos sobre os enfoques que fizemos sobre o uso de células-tronco no Brasil, em patologias degenerativas, situação que procuramos há muito tempo e que nos conduziu à reportagem do jornal The Washington Post de 06 de junho de 2010 (Blog União das distrofias) que cita o Brasil como um dos países que fazem tratamento com células-tronco, assim como China, Rússia e Índia. Evidentemente não atropelar as pesquisas, mas é certo que algumas experiências com humanos têm acontecido no Brasil e seus resultados não estão sendo divulgados.

Outra situação que envolve células-tronco e que os pesquisadores brasileiros tentam esconder são as pesquisas desenvolvidas pelo Dr. Giulio Cossu no Instituto San Rafaelle em Milão, onde estivemos em 2009, para tentar a possibilidade de incluir nosso filho nas experiências que já ocorriam naquele instituto com três crianças, e que em 2010 tal quadro seria aumentado para algo em torno de 10 crianças. O que nos levou a pleitear essa inclusão foi uma entrevista da Dra. Lilian Piñero Eça, Presidente do IPCTRON de São Paulo, concedida à TV Record de São Paulo onde fez esclarecimentos muito comprometedores da situação das pesquisas no Brasil e citou o trabalho de Cossu.

Poucos dias antes de virmos para a China, enviei um e-mail a Dra. Lilian, sobre a possibilidade de existirem tratamento com células-tronco para nosso filho Kleber, etc., respondeu-me: “Tem um tratamento na Itália c Dr Cossu se quiser podemos conversar pessoalmente vcs sao de SP?” Entretanto, quando observei que já havia ido a Milão, desconversou dizendo que o Dr. Giulio apenas fazia experiências com cães.
Tudo isso somado a insistência da Dra. Mayana Zatz em detonar os tratamentos na China, despertaram minha curiosidade, afinal jamais a ouvi criticar o tratamento italiano e muito menos vi publicações ou relatos dos resultados das experiências italianas com as crianças. Seriam os italianos melhores que os chineses somente porque estes cobram o tratamento? Por que espalhar a todos os ventos, através de entrevistas à mídia brasileira, que os procedimentos dos chineses não são confiáveis sem ao menos ter vindo ao Wu Medical Center?

Também tive a oportunidade de fazer contato com a vereadora Mara Gabrilli, de São Paulo, portadora de deficiência motora, militante na área de melhoria de qualidade de vida dos deficientes em geral e redatora de um plano de governo para o Ministério do Deficiente Físico previsto no programa de José Serra, se ele vencer as eleições é claro, que juntamente com Mayana Zatz querem promover um encontro de pesquisadores e o candidato para discutirem o uso de células-tronco para o tratamento de doenças degenerativas.
Nessa ocasião, conheci um posicionamento da vereadora sobre o tratamento com células-tronco, dizendo que aguardaria as pesquisas avançarem no Brasil e também criticando os chineses, fazendo coro com a Dra. Mayana, pois estão politicamente do mesmo lado.
Entretanto, uma colocação dessas, vindo de uma figura publica como ela, poderá desestimular brasileiros que enfrentam uma luta contra o tempo por terem uma patologia degenerativa e progressiva de irem à busca de uma alternativa para seus males urgentes. O que não é o caso de Gabrilli.

Os tratamentos podem ser italianos, chineses, russos ou até brasileiros, o que não se pode é deixar pacientes de doenças graves e que requerem tratamentos urgentes, à mercê de decisões de políticos brasileiros.
O que motiva pesquisadores do quilate das Dras. Mayana e Lilian e outros a insistir nas negativas quanto à utilização de células-tronco em humanos? Quais as razões para tantas críticas quanto aos procedimentos e cobrança pelo tratamento chinês? Se os italianos também estão utilizando células-tronco, que elas dizem que é experimental no tratamento humano, porque não são criticados? Por que desesperançar os pacientes portadores de patologias degenerativas progressivas quando afirmam não existir tais experiências, quando não têm nada a oferecer que não seja o óbito?

Vamos encerrar essa segunda parte colocando em pauta um assunto muito discutido e criticado no Brasil, a cobrança do tratamento. Citamos o Wu Medical Center porque estamos aqui. São US$ 30.000, mais passagens aéreas e além do paciente exigem a presença de dois acompanhantes, todos hospedados no próprio hospital por 40 dias. Veja as acomodações no site(www.unistemcells.com); apartamentos com ar condicionado e ventiladores, banheiro privativo, Armários, Frigobar, Água potável quente e fria, Microondas, espaço gourmet comum, lounge, TV LCD a cabo, serviço de copa e cozinha, mercadinho, food’s delivery, Exchange, salão de café, wireless, atendimento de lavanderia, roupas de cama, revistaria, DVDs, além de apoio de assistentes sociais e da administração para acompanhamento nas saídas para compras e outras necessidades. Traslados de ida e volta ao aeroporto, inclusos.
Para o paciente, além das induções de células-tronco em quatro seções, exames laboratoriais de sangue, urina, fezes, testes alérgicos semanais, medicação por via endovenosa diária, com soro e oxigênio diários, fisioterapia, massagens, terapia ocupacional diariamente, monitoramento de enfermagem 24 horas, todos os medicamentos e suplementos, acompanhamento diário por neurologista, além das consultas semanais pelo Like Wu, MD, PhD – Managing Director e Xiaojuan Wang, MD, PhD, - Associate Director, renomados neurologistas e especialistas na área de pesquisas e tratamento com células-tronco em Beijing, e que juntamente com o Wu Medical Center são citados pelo jornal The Washington Post como sendo a vanguarda desses procedimentos na China.
Alguém poderia dizer quanto custaria esse atendimento particular ai no Brasil?
Texto e fotos do Blog

Tratamento na China – Primeira parte

hospital de transplante de célula tronco em Begin na china
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Diversas vezes iniciei um texto objetivando postá-lo nesse blog e outras tantas os apaguei por não ter a certeza de estar certo, afinal essa experiência não é qualquer uma, esconde-se por detrás dessa viagem muitas lutas, algumas vencidas outras nem tanto, algumas dores, muitas lágrimas e sustos, sonhos sem fim, tantas coisas que tenho receio de esquecer algumas delas.

 Agora mais do que nunca acredito que acertamos e, para nós, tratava-se de um grande e arriscado passo, pois diversos cientistas e pesquisadores ai no Brasil, além dos médicos, nos diziam que os procedimentos aqui na China eram experimentais e alguns até disseram que era “um negócio da China”, pejorativamente, referindo-se a cobrança pelo tratamento. Entretanto, sabemos que a origem dessa expressão é que se trata de um bom negócio para ambas as partes, melhor para os expedicionários ocidentais que iam à China comprar barato e vender caro, parceria foi a realidade que encontramos aqui, pois não viemos comprar nada, viemos em busca de esperança, compreensão e melhorias na qualidade vida.


Como podem ver nesse relato, essa decisão teve suporte em situações já vividas por uma família amiga, que em desespero vieram sozinhos para cá e voltaram vencedores com seu filho Victor, (portador de Moyamoya - (http://www.unistemcells.com/en/patientstory/Moyamoya073849452.htm) totalmente recuperado após tratar-se no Wu Medical, tendo sido desenganado aqui no Brasil) Também quero reportar-me a uma situação bem singular, que apressou nossa decisão, que foi-nos dito por um médico da área de pesquisas no Instituto Genoma da USP: “Tratamento com células-tronco não é para a geração de seu filho.”


Em que pese algumas pessoas menos informadas acharem que viemos para cá enganados, esclareço que nada disso ocorreu, é claro que muitos achavam que o idioma seria um empecilho nas comunicações, não foi, falam inglês como todos e assim foi-nos esclarecido como o tratamento seria feito, qual o tipo de células-tronco seriam utilizadas, onde, quantas e como seriam as induções, quanto custaria e detalharam o custo, de medicamentos, fisioterapias, massagens, alimentação e hospedagem para o paciente e seus acompanhantes.
bandeiras de begin e china

Chegamos a Beijing e já nos esperávamos no maravilhoso aeroporto internacional a assistente social do hospital e o condutor do veículo adaptado ao transporte. Depois de 22 horas de vôo e oito em espera de conexão em Frankfurt/Alemanha, estávamos a caminho de nosso destino e do momento crucial onde as nossas verdades e mentiras de outrem seriam testadas e postas a prova e lá chegando deparamos com exatamente o que tínhamos visto nos folders e site do Wu Medical Center (http://www.unistemcells.com/) , aliás, era muito mais, pois aqueles não detalham a alegria e simpatia que nos receberam.


Sem dúvida a princípio se tem uma leve preocupação, logo a ansiedade e a expectativa de poder submeter nosso filho a um tratamento único no mundo, na China, se diluem e sentimos a sensação de cumprimento de etapa e uma alegria imensa por já termos conseguido chegar e estarmos prestes a ver o início da concretização de nossos sonhos. Inicio imediato, pois, de pronto, fomos levados ao apartamento e após nos acomodarem iniciaram a bateria de exames em nosso filho. A realização do sonho havia começado.


Faremos uma narrativa em duas partes ou três se necessário, não para provocar ansiedade e expectativa e sim porque a última indução ocorreu hoje (06/07) e novos resultados ainda aparecerão. Assim poderemos melhor detalhar situações positivas que os negociadores da saúde brasileira teimam em esconder, pois nós acreditamos que o uso de células-tronco, secretamente, ai no Brasil é um fato, desconhecemos, porém, os resultados. Também para que outras pessoas ou familiares portadores de patologias aqui tratadas possam interagir e saber dos resultados conseguidos e, com informações reais de quem lá esteve, tomem suas decisões.

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07 julho 2010

Tratamentos com células-tronco limitados nos EUA, os doentes tentam em outros países

kara Desiludido por médicos EUA que não poderiam ajudar a sua filha com paralisia cerebral, os pais de Kara Anderson fizeram algo que não poderia ter imaginado há alguns anos atrás: Eles a levaram para a China.

Especialistas na área de Chicago, onde vive a família, disseram que a lesão do cérebro em Kara era permanente e que aos 9 anos , provavelmente, acabará em uma cadeira de rodas por causa de torção grave em seus músculos da perna. Mas, então, os pais ouviram histórias sobre crianças que tinham melhorado após receber injeções de células-tronco.

O tratamento não estava disponível nos Estados Unidos. Estava apenas disponível comercialmente no exterior.

Assim foi como os Andersons se juntaram às pessoas desesperadas que estão pondo fé na busca de tratamentos com células-tronco em lugares tão distantes como China, Índia, Rússia e Brasil.

Os cientistas ocidentais temem que os pacientes estejam sendo capturados por campanhas de marketing ardilosas, desperdiçando tempo, dinheiro e esperança em terapias não comprovadas , e talvez até mesmo colocando-se em perigo.

"A terapia não regulamentada, na ausência de qualquer evidência de que essas células vão ajudar os pacientes é imprudente. Potencialmente podem fazer dano enorme”, disse Arnold Kreigstein, um neurologista, que é diretor de pesquisas com células-tronco da Universidade da Califórnia em San Francisco.

Os cientistas esperam que os vários tipos de células-tronco possam eventualmente ser usados para tratar doenças devastadoras e comuns tais como: ataque cardíaco, derrame, doença de Parkinson, diabetes, insuficiência hepática e até mesmo cegueira. Por enquanto, há poucas evidências para os benefícios de tratamentos como os solicitados pelos Andersons.

A maioria das células-tronco usadas nas clínicas chinesas são obtidas a partir de fetos de abortos espontâneos. Assim, elas vêm de algum lugar entre as células-tronco embrionárias, que vêm de embriões em estágio inicial - levantando questões éticas e religiosas sobre o seu uso - e células-tronco adultas, que são mais fáceis de obter e são considerados mais seguras e menos controversas.

Elas são consideradas amplamente menos versáteis que as células-tronco embrionárias, que podem se desenvolver em quase todo o tipo de célula do corpo, mas mais do que células-tronco adultas, que são úteis apenas para tratar os tecidos ou órgãos de onde vieram.

Células-tronco fetais também têm um lado negativo: Eles podem provocar reações de rejeição imune ou inadvertidamente levar à dor nova ou aumentada. Eles também têm uma tendência a se acumular, uma paciente que procurou tratamento na Rússia, desenvolveram tumores de cérebro depois de passar por várias terapias experimentais com células-tronco do feto , relataram cientistas na revista Medicine.

Investigação em células estaminais é um domínio em que os Estados Unidos enfrentam novos rivais - e aqueles dispostos a mover-se rapidamente a partir de pesquisa experimental para o tratamento. Um relatório publicado em janeiro pela National Science Board alertou que a posição EUA como o líder mundial da inovação está em declínio e influência da China está a aumentar. O relatório disse que é o resultado de um aumento do investimento público em educação científica e tecnológica, infra-estrutura e pesquisa.

Nos Estados Unidos, o uso de verbas federais para novas linhas de células-tronco embrionárias foi suspenso no governo de George W. Bush. O presidente Obama reverteu essa decisão, quando ele assumiu o cargo , mas a China e outros países tiveram um bom começo de muitos anos.

Os tratamentos com células-tronco embrionárias ou fetais estão em fase experimental nos Estados Unidos e não são aprovados para uso comercial pela Food and Drug Administration. Mas eles permanecem em uma área de regulamentação neutra na China, nem sancionado nem proibido.

O governo permite que 50 ou mais células-tronco clínicas a sejam utilizadas livremente. Várias autoridades de saúde chinesas manifestaram preocupação com a falta de fiscalização. Estudiosos afinados com o governo dizem que eles esperam que alguns regulamentos sejam introduzidos em breve.

O experimento das células-tronco de derivação fetal que foi iniciado nos Estados Unidos tem sido limitada a alguns pacientes, e nenhum com células-tronco embrionárias começou. Na China, milhares de pessoas submetidas a um tratamento com embrionárias, adultas e células fetais, tirada de um recém-nascido do sangue de cordão umbilical, os cientistas chineses dizem. Mas a evidência que o tratamento está funcionando é simplesmente anedótico.

“As pessoas afluem aos montes com a palavra ' tronco 'porque se sentem que o potencial é enorme. estou com eles , mas há um desalinhamento de progresso entre as comunidades científica e médica , com a divulgação pública do poder das células-tronco ", Disse Hans Keirstead , da Universidade da Califórnia em Irvine , que se especializa na investigação sobre células estaminais embrionárias e lesão medular.

Variedade de abordagens

O tratamento com células-tronco na China tanto é patrocinado pelo governo como por uma empresa comercial, com descontrole, diferentes metodologias, recursos e preços.Wu Medical

Os médicos chineses consideram o Wu Stem Cells Medical Center, http://www.unistemcells.com , onde Kara foi tratada, como instalações de primeiro nível do país para as doenças do sistema nervoso central. Localizado em frente a um parque de diversões em Pequim e dentro de um hospital de medicina tradicional chinesa, que cobra US $ 30.000 para um tratamento de cinco semanas.

Bo Cheng, diretor adjunto do centro, disse que os médicos não oferecem aos pacientes potenciais uma avaliação realista dos riscos e benefícios. “Nós dizemos-lhes que é impossível curar pacientes completamente”, disse ele. "Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida ou prolongar a sua vida.” Muitos pacientes - cerca de um terço são crianças - provenientes de países desenvolvidos, onde o tratamento médico é em geral considerado superior ao da China, embora possam ficar atrás da China em relação ao estudo, pesquisas e tratamento com células estaminais.

"Foi inacreditável"

Kara conseguiu o improvável após os dois primeiros das quatro induções de células-tronco em janeiro, ela começou a mancar com auxílio de uma muleta e andar até 15 minutos em uma esteira, com o apoio de um corrimão, de acordo com seus pais e médicos. Ela poderia levantar pedras com a mão esquerda sobre a cabeça dela, coisa que ela nunca pode fazer antes.

Seu pai, Brian Anderson, que aprendeu sobre o tratamento com um parente que sugeriu que ele fizesse a pesquisa na Internet, disse recentemente que Kara vem mantendo essas habilidades desde o seu tratamento em dezembro. Ele disse também que está notando melhora em sua visão.

"Nós realmente não sabíamos o que esperar, mas ela ficou melhor e melhor a cada dia. Foi inacreditável”, disse Anderson, 41 anos, que obteve de uma construtora o financiamento da viagem e o tratamento foram com o dinheiro obtido a partir de parentes, amigos e sua igreja.

Os médicos disseram que o calendário de melhoria de Kara pode ter sido uma coincidência: os sintomas da paralisia cerebral periodicamente ficam melhores ou piores, por motivos desconhecidos, mas histórias como a dela divulgadas na internet estão atraindo milhares de pacientes.

Nos Estados Unidos, a experimentação que envolve infusões de células-tronco embrionárias em pacientes com lesão medular foi adiada de janeiro até agosto para responder às preocupações de segurança levantadas pela FDA. Keirstead, cujo trabalho é a base para o julgamento, em 2005, fez manchetes para mostrar os progressos com roedores feridos que andaram novamente, disse que está ansioso para ver o julgamento iniciado.

"Eu estava pulando de alegria ao ver os primeiros ratos andarem novamente e emocionado quando vi o progresso da tecnologia da clínica, muito feliz em ver FDA aprovar isso ", disse Keirstead . "Agora que nós estamos na iminência de ver isso em humanos, estou desanimado e frustrado em ver quanto tempo ainda pode demorar, porque a necessidade é tão grande.”
Wu+Medical
Pesquisadores Lucy Liu e Zhang contribuíram para este relatório.

Fonte: The Washington Post – 06 de junho de 2010

Fotos e tradução do Blog.

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