10 julho 2010

Tratamento na China – Segunda parte

hospital de transplante de célula tronco em Begin na china
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Antes de dar continuidade à descrição do tratamento, devemos trazer alguns esclarecimentos sobre os enfoques que fizemos sobre o uso de células-tronco no Brasil, em patologias degenerativas, situação que procuramos há muito tempo e que nos conduziu à reportagem do jornal The Washington Post de 06 de junho de 2010 (Blog União das distrofias) que cita o Brasil como um dos países que fazem tratamento com células-tronco, assim como China, Rússia e Índia. Evidentemente não atropelar as pesquisas, mas é certo que algumas experiências com humanos têm acontecido no Brasil e seus resultados não estão sendo divulgados.

Outra situação que envolve células-tronco e que os pesquisadores brasileiros tentam esconder são as pesquisas desenvolvidas pelo Dr. Giulio Cossu no Instituto San Rafaelle em Milão, onde estivemos em 2009, para tentar a possibilidade de incluir nosso filho nas experiências que já ocorriam naquele instituto com três crianças, e que em 2010 tal quadro seria aumentado para algo em torno de 10 crianças. O que nos levou a pleitear essa inclusão foi uma entrevista da Dra. Lilian Piñero Eça, Presidente do IPCTRON de São Paulo, concedida à TV Record de São Paulo onde fez esclarecimentos muito comprometedores da situação das pesquisas no Brasil e citou o trabalho de Cossu.

Poucos dias antes de virmos para a China, enviei um e-mail a Dra. Lilian, sobre a possibilidade de existirem tratamento com células-tronco para nosso filho Kleber, etc., respondeu-me: “Tem um tratamento na Itália c Dr Cossu se quiser podemos conversar pessoalmente vcs sao de SP?” Entretanto, quando observei que já havia ido a Milão, desconversou dizendo que o Dr. Giulio apenas fazia experiências com cães.
Tudo isso somado a insistência da Dra. Mayana Zatz em detonar os tratamentos na China, despertaram minha curiosidade, afinal jamais a ouvi criticar o tratamento italiano e muito menos vi publicações ou relatos dos resultados das experiências italianas com as crianças. Seriam os italianos melhores que os chineses somente porque estes cobram o tratamento? Por que espalhar a todos os ventos, através de entrevistas à mídia brasileira, que os procedimentos dos chineses não são confiáveis sem ao menos ter vindo ao Wu Medical Center?

Também tive a oportunidade de fazer contato com a vereadora Mara Gabrilli, de São Paulo, portadora de deficiência motora, militante na área de melhoria de qualidade de vida dos deficientes em geral e redatora de um plano de governo para o Ministério do Deficiente Físico previsto no programa de José Serra, se ele vencer as eleições é claro, que juntamente com Mayana Zatz querem promover um encontro de pesquisadores e o candidato para discutirem o uso de células-tronco para o tratamento de doenças degenerativas.
Nessa ocasião, conheci um posicionamento da vereadora sobre o tratamento com células-tronco, dizendo que aguardaria as pesquisas avançarem no Brasil e também criticando os chineses, fazendo coro com a Dra. Mayana, pois estão politicamente do mesmo lado.
Entretanto, uma colocação dessas, vindo de uma figura publica como ela, poderá desestimular brasileiros que enfrentam uma luta contra o tempo por terem uma patologia degenerativa e progressiva de irem à busca de uma alternativa para seus males urgentes. O que não é o caso de Gabrilli.

Os tratamentos podem ser italianos, chineses, russos ou até brasileiros, o que não se pode é deixar pacientes de doenças graves e que requerem tratamentos urgentes, à mercê de decisões de políticos brasileiros.
O que motiva pesquisadores do quilate das Dras. Mayana e Lilian e outros a insistir nas negativas quanto à utilização de células-tronco em humanos? Quais as razões para tantas críticas quanto aos procedimentos e cobrança pelo tratamento chinês? Se os italianos também estão utilizando células-tronco, que elas dizem que é experimental no tratamento humano, porque não são criticados? Por que desesperançar os pacientes portadores de patologias degenerativas progressivas quando afirmam não existir tais experiências, quando não têm nada a oferecer que não seja o óbito?

Vamos encerrar essa segunda parte colocando em pauta um assunto muito discutido e criticado no Brasil, a cobrança do tratamento. Citamos o Wu Medical Center porque estamos aqui. São US$ 30.000, mais passagens aéreas e além do paciente exigem a presença de dois acompanhantes, todos hospedados no próprio hospital por 40 dias. Veja as acomodações no site(www.unistemcells.com); apartamentos com ar condicionado e ventiladores, banheiro privativo, Armários, Frigobar, Água potável quente e fria, Microondas, espaço gourmet comum, lounge, TV LCD a cabo, serviço de copa e cozinha, mercadinho, food’s delivery, Exchange, salão de café, wireless, atendimento de lavanderia, roupas de cama, revistaria, DVDs, além de apoio de assistentes sociais e da administração para acompanhamento nas saídas para compras e outras necessidades. Traslados de ida e volta ao aeroporto, inclusos.
Para o paciente, além das induções de células-tronco em quatro seções, exames laboratoriais de sangue, urina, fezes, testes alérgicos semanais, medicação por via endovenosa diária, com soro e oxigênio diários, fisioterapia, massagens, terapia ocupacional diariamente, monitoramento de enfermagem 24 horas, todos os medicamentos e suplementos, acompanhamento diário por neurologista, além das consultas semanais pelo Like Wu, MD, PhD – Managing Director e Xiaojuan Wang, MD, PhD, - Associate Director, renomados neurologistas e especialistas na área de pesquisas e tratamento com células-tronco em Beijing, e que juntamente com o Wu Medical Center são citados pelo jornal The Washington Post como sendo a vanguarda desses procedimentos na China.
Alguém poderia dizer quanto custaria esse atendimento particular ai no Brasil?
Texto e fotos do Blog

2 comentários:

  1. tenho lido seus artigos sobre a esperança de vocês na melhoria da qualidade de VIDA do Kleber. PARABÉNS, artigos esclarecedores, francos e honestos sobre o tratamento na CHINA, de fazer inveja á Marco Polo.
    Infelizmente aqui no Brasil, continua a política de medicina só para VOTOS...manter o eleitor no cabresto. Só mesmo pessoas esclarecidas e com vontade, mesmo sem dinheiro, se lançam em busca de novos tratamentos onde houver um raio de esperança. Todos sabemos que, quando nos propomos a salvar um filho, o dinheiro sempre aparece, pois foi feito p/isso:suprir as necessidades do Ser Humano e não para ser esbanjado ou guardado num Banco.
    DEUS abençoa com a sabedoria a quem se interessa por AMOR a buscar a CURA. E isso, com certeza está acontecendo com vocês. E que esse exemplo seja muito divulgado nos meios de comunicação no BRASIL, para, além de orientar as pessoas que vivem problemas de saúde como esse, possa também desmascarar nossos Políticos e pesquisadores que se recusam tornar pública as pesquisas sérias com celulas-tronco.
    PARABÉNS...e que DEUS continue os abençoando, como também a MEDICINA CHINESA e seus médicos e funcionários dedicados.

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  2. Obrigado pelas palavras amáveis. É gratificante ser compreendido e estimulado. Lamento que os pesquisadores e laboratórios dêem somente ênfase à pesquisas cujo resultado é principalmente financeiro como é o caso do rompimento medular,que melhorará a vida de milhões de pessoas presas em cadeiras de rodas, que já nos EUA estarão testando em humanos, e não nos iludamos que antes de pensar em vidas, os grandes laboratórios pensam nos lucros que advirão dos resultados de seus investimentos.

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