10 fevereiro 2011

Um resgate de vida!



Beatriz Ambrósio de Nascimento, nasceu no Brasil com distrofia muscular, uma doença hereditária, considerada pela medicina incurável, intratável e progressiva. Por conta da enfermidade, teve uma infância cheia de limitações.

“Só conseguia fazer uma coisa de cada vez e tudo me cansava muito”, relembra.
Apesar dos percalços, formou-se em 1979 em terapia ocupacional e começou a trabalhar. Dez anos mais tarde, os estragos da doença na qualidade de vida da terapeuta eram visíveis. Bia tropeçava e caía com facilidade, não subia mais escadas nem conseguia levantar os braços acima dos ombros e seu rosto já começava a ficar visivelmente comprometido. Tinha a sensação de irreversível declínio e pensava que estava “entrando na velhice(!!!)”.

Ouvira falar do trabalho do terapeuta Meir Schneider com pacientes de distrofia muscular através de uma fisioterapeuta paulista que o visitara na Califórnia. Leu o livro dele – “Uma Lição de Vida”- ficando impressionada com a determinação para reverter quadros patológicos tão sérios. Pela primeira vez viu, impresso, alguém afirmar ter recursos para ajudar – e muito – pacientes de distrofia. Pensou: “se alguém conseguiu, também posso”.

Em Setembro de 1989 conseguiu uma bolsa de estudos da FAPESP e afastamento da Universidade. Viajou para San Francisco com o objetivo de fazer o curso e reverter o próprio quadro de distrofia muscular fáscio-escápulo-umeral. Durante sua estadia de nove meses no Centro de Reabilitação dirigido por Meir Schneider, respirou, comeu e bebeu seu método. Fez cursos de formação, recebeu sessões semanais de massagem com o próprio Meir e todo o resto do tempo, ou seja por várias horas diárias, fazia exercícios.

No seu retorno ao Brasil, a estimativa de melhora do seu quadro foi de 40%. De fato, sentia-se um novo ser: a postura mais equilibrada, a expressão facial menos tensa e os movimentos mais leves, relaxados e com mais controle e graça. Estava, finalmente, livre das dores, tropeções, mal-estares além de profundamente feliz e determinada a dar um novo sentido à sua vida, ensinando ao maior número de pessoas, inclusive aos portadores de distrofia, a fazerem o melhor uso possível de seu corpo para aliviarem os sofrimentos da doença. Não está curada. De tempos em tempos a doença volta e perde massa muscular. Mas aprendeu a perceber quando isto está para acontecer e assim interfere rapidamente no processo minimizando as perdas.

Os colegas do Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos, onde lecionava, convenceram-na a ministrar um curso de Introdução ao Método Self – Healing, de 60 horas para os professores do Departamento, o que aconteceu em Agosto de 1990. A partir desse curso as professoras Lea Beatriz Teixeira Soares e Jussara de Mesquita Pinto, se entusiasmaram para continuar a formação, acompanhando seus atendimentos na Clinica do Departamento.

Hoje, radicada em Santa Rosa, na Califórnia, a terapeuta retorna três vezes por ano ao Brasil para palestras e workshops . Ministra o Nível I do curso de Formação, organiza clinicas de estudantes e supervisiona o desenvolvimento dos alunos em estágio de formação. As sessões de variados tipos de exercícios – alongamentos, movimentos suaves com muita repetição, relaxamentos e ginástica na piscina – que a terapeuta descobriu na clínica da Califórnia, se incorporaram à sua rotina, mesmo em viagens, e duram, em média, uma hora e meia diárias.

Nos últimos 10 anos Beatriz ministrou mais de 18 cursos de formação, de 80 horas cada, 25 workshops, 6 clinicas de estudantes e dezenas de palestras e mini-cursos. Dentre as cidades onde se apresentou incluem-se Londres e Bath, Inglaterra; Bolonha, Itália; Kecskemet, Hungria; San Francisco, Sebastopol e Santa Rosa, Califórnia, Portland, Oregon, USA; São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, São Carlos, Presidente Prudente, Jacareí e Porto Alegre, Brasil.

“O Self – Healing foi a minha salvação. Sem ele, não tenho dúvidas de que pela progressão da minha doença, muito cedo estaria inativa. O melhor do método foi descobrir como posso recompor minhas energias para lutar contra a minha doença. Com isso, resgatei as sensações de prazer e conforto do meu corpo e me abri para a vida “, ressalta Beatriz Nascimento, que depois do tratamento, criou coragem até para dançar, hábito que nunca lhe foi permitido na juventude.

Foto e texto: Associação Brasileira de Self-Healing

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