Nova terapia é utilizada para prolongar a jovialidade da pele.
O envelhecimento facial atinge o ser humano provocando marcas e sinais de expressão que denotam a idade e causam desconforto visual no convívio social. Diversas técnicas cirúrgicas e procedimentos ancilares foram desenvolvidos para a atenuação destas marcas, mas nenhum deles restabelece a produção do colágeno e dos fibroblastos. A engenharia tecidual, termo definido em 1987 durante o Congresso de Bioengenharia de Washington, estabeleceu um campo multidisciplinar de estudos, que engloba principalmente conhecimentos de engenharia de materiais e ciências biomédicas. Esta engenharia caracteriza-se pelo desenvolvimento e manipulação de moléculas, células, tecidos ou órgãos, utilizada para o restabelecimento da função de partes do corpo injuriadas ou defeituosas. Os elementos necessários para a aplicação dos princípios da engenharia de tecidos estão baseados na tríade: (1) cultivo de células apropriadas (fibroblastos, osteoblastos, células-tronco, entre outras); (2) matrizes (arcabouços, “scaffolds" ou carreadores) confeccionadas em colágeno, osso ou polímeros sintéticos e; (3) adição de mediadores solúveis, como, fatores de crescimento e adesinas (UEDA et al., 2000). As estratégias da engenharia tecidual, através do cultivo celular humano para aplicação clínica, estão sendo desenvolvidas em diferentes especialidades médicas para reposição de cartilagens, ossos, componentes cardiovasculares e pele. (FRESHNEY, 1999; MALEKZADEH et al., 1998).
Objetivo
Restabelecer a produção de colágeno elastina da pele para minimizar ou prevenir as marcas do envelhecimento facial.
Metodologia
O processo é baseado na coleta de um fragmento de pele no tamanho de 1 cm2 que é enviado ao laboratório de cultura celular, onde os fibroblastos são separados das outras células da pele e tratados com fatores de crescimento, que estimulam a sua multiplicação. Depois de 4 semanas, os fibroblastos cultivados são acondicionados em seringas de 1 ml com agulha fina, prontas para a aplicação. Após anestesia tópica, o material é injetado na derme. A quantidade a ser injetada vai depender da necessidade de cada paciente.
O resultado vai aparecer com o tempo. Em geral, os intervalos serão definidos de acordo com a cultura individual e as aplicações poderão ser feitas em 4 sessões com intervalos médios de 15 dias. O resultado não é imediato, já que não se trata de um preenchimento e sim de uma estimulação celular. As células injetadas vão se integrar à pele e começar um processo de restauração da derme, produzindo colágeno e substâncias da matriz extracelular. O resultado é a melhora da qualidade da pele, decorrente da regeneração tecidual, que tem efeito rejuvenescedor e se mostrará perceptível algumas semanas depois da última sessão. Estudos realizados demonstraram uma permanência do grau de correção em torno de 70% em 12 meses e de 65% em 36 a 48 meses.
As células podem ser congeladas para uso no futuro. Os fibroblastos cultivados podem ser congelados em laboratório para serem utilizados no futuro.
Profª. Dra. Lilian Piñero Marcolin Eça
Graduada em Biomedicina pela Universidade Santo Amaro - OSEC (1978), doutorada em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (2004). Atualmente é consultora técnica do Banco de Cordão Umbilical - BCU BRASIL, presidente do Instituto de Pesquisas de Células tronco - IPCTRON, diretora científica do Curso de Extensão Universitário: "A pesquisa de células tronco" e do curso lato-senso: "A Bilogia Celular e Molecular na Medicina Atual-Células Tronco" , coordenadora científica da Associação de Engenharia de Tecidos - ABRATRON, autora do livro: Biologia Molecular - Guia prático e didático, docente com experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Biologia Molecular e pesquisadora experimental com células tronco mesenquimais em reparação óssea de fissura palatal,cartilagem traqueal e nó atrioventricular.
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