Cara Mara:
Após nossa troca de correspondência através de e-mails resultou nesse texto que acho um tanto esclarecedor e pode ser lido e compreendido pelos leitores mesmo em se tratando de uma resposta aos assuntos discutidos entre nós e o que seria um breve comentário tornou-se um grande texto, espero esclarecedor.
Apenas para elucidar uma leve e confusa interpretação, jamais a jogaria para o outro lado, pelo simples motivo que prefiro tê-la ao nosso lado. Quando falei que você e a Dra. Mayana Zatz estavam politicamente do mesmo lado, jamais me referi à política partidária, e sim a atos políticos envolvendo compromissos com saúde e pesquisa. Seria hipocrisia negar que gostaria de tê-la como aliada na divulgação de fatos positivos no tratamento do Kleber.
Fiquei satisfeito ao saber que já em 2002, você já estava se submetendo a auto-implante com células-tronco, coisa que jamais sonhávamos, pois nosso filho nasceu em 2001. Guardo até hoje o laudo da USP, do Instituto de Biociências, assinado pela Dra. Rita de Cássia, da equipe de Mayana, de 06/09/2002, (C-18349), onde foi diagnosticado a Distrofia Muscular Congênita. Onde também nos informaram que pesquisas em andamento davam conta de no mínimo 6 a 8 anos para algum resultado, note que nessa ocasião você já estava se submetendo ao tratamento com células-tronco!! (mesmo sendo outra patologia)
Mostrou-se preocupada de como os médicos orientais acompanhariam os sucessos e intercorrências do tratamento do Kleber e seus pacientes de outros países? Pela internet, como os ocidentais, creio. Da mesma forma que acompanharam você. O mesmo acontecerá com o Kleber em relação ao tratamento na China. Os exames e procedimentos que serão solicitados serão feitos aqui e enviaremos ao Wu Medical, eles analisarão e nos orientarão. Os medicamentos poderão ser importados, se for o caso.
Insisto que essa teimosia em afirmar que se trata de caráter experimental é inveja, coisa de ocidentais, porque eu estive lá por 37 dias e acompanhei vários casos de pessoas em situações gravíssimas e que lograram ótimos resultados, só não vê quem não quer. Recentemente, em São Paulo, no Instituto do Sono, vi ruírem minhas esperanças em relação à compreensão do tratamento chinês quando um médico, garoto com talvez vinte e poucos anos, ao tomar conhecimento de nossa ida à China e ver a lista de medicamentos receitados lá, comentou aos colegas: - Olhe essa lista, quem sabe a utilidade disso? - com ares de superioridade, que inexiste quando ele utiliza toda a tecnologia “made in China” desde seu celular até aparelhos de alta complexidade de uso científico. Encerrou-se ai Mara, a demonstração de ignorância e arrogância do ocidente
Eles jamais foram arrogantes, nunca disseram que era uma cura definitiva, simplesmente garantem uma melhora significativa. Não é cirurgia, é uma terapia completa (como foi o seu experimental auto-implante em 2002) com medicamentos, células-tronco e fisioterapias/massagens, um conjunto que tem dado certo e melhorado a condição de muitas pessoas, inclusive de meu filho. Eu vi! Eu acompanhei, Eu estava lá.
Mara! Veja o caso do Victor, (aqui de SP. – citado no Blog) portador de Moyamoya, cuja mãe a abençoada Terezinha, que fez o primeiro contato com o Wu Medical, e saiu do Brasil como um bólido em busca de esperança para seu filho, pois se ficasse aqui não sobreviveria. Você pode ver os resultados positivos para o garotão, lindo, esperto, estuda, isso tudo apenas um ano depois das induções. Mara ele chegou lá na China convulsionando, de maca, movia-se pouco, desenganado aqui pelos médicos brasileiros, veja ele hoje, você o conheceu lá na APMDFESP (Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo), não pode negar! Ajude a divulgar isso, não faça coro com os pesquisadores, participe da dor
o povo, do seu povo.
Você não acha justo que me cobrem por isso não é? Porém o que podiam me oferecer aqui no Brasil. Tentei incluir o Kleber em alguma pesquisa e não consegui. Fui a Milão em busca do Dr. Cossu, ele está fazendo experiências lá e não consegui. A Dra. Lilian Eça, (IPCTRON) me disse textualmente: (Tem um tratamento na Itália c Dr. Cossu se quiser podemos conversar pessoalmente vcs são de SP?) isso após perguntar-lhe se havia uma possibilidade de incluir o Kleber em algum tratamento ou pesquisa. Quando soube que nós já havíamos ido a Milão, desconversou. Na USP me disseram “células-tronco não é para geração de seu filho”. Fui para a China e iria a qualquer lugar, depois de tudo que ouvi aqui no Brasil e não vejo nenhuma autoridade de saúde no Brasil, sejam pesquisadores, cientistas, médicos, gabaritados a criticar os chineses, principalmente por não terem nada a oferecer.
Acredito que você não pagou pelo seu auto-implante, como conseguiu isso já em 2002, quando nós sabemos que alguma coisa mais positiva com células-tronco só começou em 1999? Era também experimental, não? Outras pessoas tiveram acesso a esse experimento? Os resultados foram publicados? Onde? Quem dera todos no Brasil tivessem o privilegio e oportunidade que você tem, de ir a diversos países, experimentar várias situações, cadeiras de rodas de alta tecnologia, apoio fisioterápico e uma condição que só uma pessoa rica ou um político pode ter. Essa situação não é a do povo brasileiro que tem que vender seus bens para cuidar da saúde dos seus entes queridos.
O que queremos é que esse lado positivo dos tratamentos na China seja reconhecido pelos “arrogantes” pesquisadores brasileiros, (sem desculpas de efeitos colaterais) que utilizem a mídia para orientar nosso povo. Dêem uma chance às pessoas que necessitam, deixem de bancar “deuses” e colaborem e orientem, afinal são milhares de pessoas de todo o mundo que lá se tratam e com resultados, só não vê isso o lado científico ocidental.
Os chineses nunca se submeteram, em todos os aspectos, às exigências e protocolos ocidentais (leia-se FDA-USA) há mais de 5 anos que utilizam células- tronco em diversas patologias e com estatísticas de resultados surpreendentes.
Querida Mara: Temos que nos unir, mas para que isso ocorra, precisamos separar algumas posturas preconceituosas que atrapalham a busca pelo bem estar dos portadores de patologias degenerativas progressivas que requerem tratamentos urgentes, pessoas que não podem simplesmente ignorar o tratamento chinês porque um ou outro pesquisador brasileiro não concorda. Pessoas cujo futuro é a morte Mara!!! Por que não lhes dar a alternativa de escolher um tempo maior para esperar os resultados de pesquisas? Qual o medo dos pesquisadores brasileiros? Efeitos colaterais, tumores, rejeição? O que pode ser pior que ficar preso a uma cama fazendo ridículas fisioterapias esperando o fim chegar?
No contato anterior eu lhe perguntei se a Dra. Mayana já havia ido à China para ter conhecimento do que ocorre lá e também melhor embasar suas críticas aos chineses, não obtive respostas. Não quero travar pendengas com a Dra. Mayana, com você, ou qualquer um, o que me interessa é ajudar a divulgar os resultados positivos, dar esperança, alento, fazer com que as pessoas possam ver uma luz e vislumbrem um fio de esperança. E isso que os impulsiona e os mantêm vivos.
Não quero macular imagem de ninguém, entretanto tenho que ser realista e quando vejo uma declaração da maior autoridade em pesquisa de célula-tronco para patologias degenerativas no Brasil, Dra. Mayana Zatz, dizer que: “Quem coloca a mão na massa sabe quais são as limitações (da pesquisa). Às vezes, você realmente tem de vender o peixe quando precisa de financiamento. Não adianta você dizer: “Olha, vou ficar 20 anos seqüenciando para talvez chegar a um resultado. A gente tenta dourar um pouquinho a pílula “(Jornal Folha de S.Paulo, 01 de abril de 2007).
Talvez a Dra. Mayana tenha dito, com toda razão, em função da falta de recursos aqui no Brasil e cito suas palavras – um tanto conflitantes – “Não é o Brasil que está atrasado nisso mesmo tendo poucos recursos destinados às pesquisas, diferentemente de países como os Estados Unidos, Inglaterra, Israel, Alemanha e outros, onde tanto governo quanto iniciativa privada investe muitos mais recursos em busca da cura de muitas doenças”. Sim Mara, o Brasil está atrasado sim e a falta de recursos para pesquisa é um dos fatores principais, basta ver a quantas anda a saúde em nosso país.
Na revista Planeta (Edição 454) a reportagem “A revolução das células-tronco” traz alguns tópicos sobre pesquisa no Brasil, e como sempre, o pessimismo dos pesquisadores brasileiros que falam em 20 anos e citam a pesquisa da AIDS como exemplo, entretanto, destaca estudos na área de neurociência, mais especificamente na tentativa de reconexão de medula partida, algo que espero para breve, pois muitos dependem desse resultado, o que seria excelente e indubitavelmente, os grandes laboratórios de pesquisas estão eufóricos.
“A expectativa hoje é tão grande que, se você diz que vai tratar um paciente com células-tronco, é capaz de ele se curar sozinho.” (Geneticista Nanci Nardi - UFRGS)
Apesar de triste, esta frase detalha a nossa situação aqui no Brasil. Estamos sozinhos. Felizes aqueles, que como nós, tiveram coragem de fazer o caminho que Marco Polo fez por volta de 1278, ir à China em busca da esperança de poder aguardar com vida a descoberta e utilização das “células” que curam e não somente pelas razões citadas, mas pela falta de esperança quanto ao futuro aqui no Brasil.
Nesse momento em que muitas vidas estão à espera de resultados, a China é uma saída e deve se considerada como uma alternativa de melhora significativa em diversas patologias degenerativas com o uso de células-tronco e os neurologistas chineses têm tanta capacidade e seriedade quanto qualquer outro pesquisador ocidental e, se o uso de células-tronco, seja ela de cordão umbilical, de feto, embrionárias ou de qualquer outra parte, ajudar na melhora de qualidade de vida de pessoas e famílias que sofrem, temos que usá-las, como você fez em 2002 (também era experimental) e que se danem os medos e pavores dos nossos pesquisadores, eles não têm nada pra nos oferecer.
Um dia espero poder conhecê-la pessoalmente, afinal pelo visto somos meio parecidos quando se trata de defender pontos de vista e essa sua garra é maravilhosa, o que faz de você uma vencedora. Tomara que na Câmara Federal possa nos socorrer e melhorar a tão combalida saúde no Brasil.Que Deus a ilumine sempre.
Daniel
http://uniaodasdistrofias.blogspot.com/2010/07/tratamento-na-china-final.html
"A saúde é o resultado não só de nossos atos como também de nossos pensamentos." (Mahatma Gandhi)
20 agosto 2010
09 agosto 2010
Doação de Medula Óssea, um gesto de amor.
A medula óssea é a matriz do sangue e localiza-se na parte interna dos ossos semelhante ao tutano dos ossos do boi. Na medula óssea estão as células-mãe que dão origem aos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Necessitam pessoas que têm doenças que comprometem a produção de sangue pela medula, como leucemias e aplasia de medula óssea, e crianças com algumas doenças genéticas.
Podem doar pessoas com bom estado de saúde entre 18 e 55 anos.
O paciente tem 25% de chances de encontrar um doador compatível entre irmãos. A maior parte dos pacientes não encontra um doador compatível na família. Assim sendo, procura-se um doador compatível inscrito no Registro Nacional de Doadores.
O REDOME – Registro de Doadores de Medula Óssea – é um banco de dados onde ficam os dados e HLA dos doadores. É necessário um grande numero de doadores registrados para que os pacientes tenham chance de encontrar um doador compatível. Para o paciente, você pode representar a única possibilidade de cura. Se houver compatibilidade o doador é convocado para um exame de sangue mais detalhado. O doador será avaliado por um clínico para certificar seu bom estado de saúde.
Existem duas formas de doar a medula:
- Punção direta da medula óssea. É realizada com agulha, na região da nádega, de onde se retira uma quantidade de medula equivalente a uma bolsa de sangue. O procedimento dura 40 minutos e é feito com anestesia. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para casa no dia seguinte.
- Punção da veia. A coleta é realizada pela máquina de aférese. O doador recebe um medicamento por 5 dias que estimula a proliferação das células-mãe, essas migram da medula para as veias e são filtradas, processo que dura em média 4 horas, até que se obtenha a quantidade adequada de células. O efeito colateral do medicamento é que provoca dores leves no corpo, como as de uma gripe. Os riscos para o doador são mínimos.
O paciente recebe a nova medula por meio de transfusão. Em duas semanas a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Muitas pessoas confundem a medula óssea com a medula espinhal e acham que ao doar a medula óssea podem ficar paralíticas. Medula óssea e medula espinhal são coisas diferentes. A medula espinhal fica no interior da coluna vertebral e nada tem a ver com a medula óssea que é o tutano do osso.
(Fotos ilustrativas)
08 agosto 2010
Dengue Hemorrágica e Paracetamol: Vida e morte.
Fomos à busca da verdade daquilo que circula na internet como documento apócrifo que trata uma situação muito preocupante quanto à utilização de remédios nocivos à saúde do povo brasileiro e que são utilizados à larga, com ou sem receita médica, por não terem maiores informações de seus efeitos colaterais.
Renan Marino (CRM 35896), brasileiro, médico, professor auxiliar de ensino da FAMERP – Faculdade de Medicina de S. J. Rio Preto/SP, mestre em ciências da saúde desde 2006 por esta mesma instituição, com dedicação aos estudos epidemiológicos e investigação clínica de dengue nos últimos dez anos.
Corrobora as declarações e denúncias de Renan o toxicologista Anthony Wong do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas em entrevista (íntegra) ao UOL News, onde deu uma aula sobre o que se deve e o que não se deve fazer no uso do Paracetamol, admitiu não saber por que o remédio ainda continua no mercado e explicou que a dosagem perigosa varia de pessoa para pessoa.
É flagrante a defasagem do protocolo do Ministério da Saúde que insiste em indicar o Paracetamol nos casos de dengue, droga com maior potencial lesivo ao fígado em uso atualmente no mundo. Na prática funciona como um marcador de chances de ocorrência de agravos na evolução dos casos de dengue: quanto mais se usa Paracetamol mais complicações hemorrágicas e óbitos são registrados.
Como decorrência da indicação exclusiva do Paracetamol para tratamento da dengue por décadas, a classe médica e mesmo a população, que passou a fazer uso desta droga por automedicação, adotou o falso conceito de sua eficácia e segurança farmacológica, evidentemente contando com o oportuno marketing agressivo da Janssen-Cilag, marca detentora da patente do princípio ativo Paracetamol, conhecido pelo nome fantasia Tylenol , propriedade do grupo Johnson & Johnson do Brasil Ind. Com. de Produtos para Saúde Ltda.
Desde sempre se soube que o medicamento Paracetamol apresenta importante hepatoxicidade, sendo possível traçar um paralelo a partir do seu lançamento na década de 50 com a ocorrência dos primeiros casos de dengue hemorrágica, uma vez que desde sempre a dengue foi considerada uma doença benigna. Mesmo assim, passou despercebido à classe médica que em 1995, o Paracetamol respondia por 58% dos casos de insuficiência hepática nos EUA e em 1.999, já representava a principal causa de insuficiência hepática aguda na Inglaterra.
É sabido que o fígado lesado em até 80% pela intoxicação pelo Paracetamol, não manifesta sintomatologia nas primeiras 72 horas, podendo inclusive evoluir silenciosamente. No 4º dia pós-intoxicação, o indivíduo apresenta súbita dor abdominal, hipotensão, hipotermia, transtornos da coagulação com hemorragias, choque cardiovascular, podendo evoluir para óbito. Aqui chamamos a atenção para o fato destes sintomas, intoxicação aguda pelo Paracetamol, serem exatamente os mesmos sintomas atribuídos à dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue. Esta apavorante coincidência nos coloca diante da mais grave iatrogenia (efeitos adversos) médica registrada em nosso país desde a tragédia da Talidomida em 1.950.
Assim, Dr. Renan Marino, peticionou ao Ministério Público Federal, propondo uma representação contra o Ministério da Saúde para que a continuidade da indicação do Paracetamol pelo Ministério da Saúde nos casos de dengue que representa um fato grave e despropositado que fere o bom senso e a lógica científica, seja imediatamente suspensa nestes casos, no mínimo pelo período em que seja possível um maior aprofundamento no estudo das questões levantadas e embasadas em observações clínicas, estudos e literatura nacional e internacional, publicadas sobre o assunto para que não continuemos incorrendo em omissão, negligência, imperícia e imprudência, salvaguardando desta forma o direito à vida e à saúde da população brasileira, que vem sendo sistematicamente exposta a sérios riscos perfeitamente evitáveis, por absoluto e inaceitável descaso das autoridades sanitárias, uma vez que entre nós a dengue não tem sido uma exceção, mas sim um fato quase cotidiano.
Texto resumido pelo Blog com revisão do Dr. Renan Marino
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